Santa Catarina enfrenta um cenário preocupante de dengue. Segundo os dados, o estado registra 203 casos prováveis da doença por dia desde 31 de dezembro de 2023 até 29 de janeiro deste ano.
Casos prováveis de dengue
Os dados, divulgados pela Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina), indicam que durante este período foram registradas 9.881 notificações de dengue e 5.897 casos prováveis.
Para se ter uma ideia, no mesmo período do ano passado, Santa Catarina registrou 356 casos confirmados. Ou seja, houve um aumento de 646,5% no número de casos prováveis.
O que são casos prováveis?
Segundo a Dive, a partir do ano de 2024, será adotado o conceito de casos prováveis para avaliação do cenário epidemiológico. A classificação casos prováveis refere-se a todos os casos notificados, confirmados, suspeitos e inconclusivos, com exceção dos descartados.
Assim, todos os casos suspeitos que foram notificados no sistema de informação serão considerados prováveis até que ocorra o encerramento da ficha. Isso permite uma análise mais precisa da situação, que corrige potenciais atrasos na conclusão dos casos notificados.
Outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti
Já a Chikungunya, também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, foi responsável por 61 notificações e 30 casos prováveis.
Outra doença transmitida pelo mesmo mosquito, o Zika Vírus, teve 13 notificações e três casos prováveis.
Infestações do mosquito
No período de 31 de dezembro de 2023 a 29 de janeiro de 2024, foram identificados7.185 focos do mosquito Aedes aegypti em 182 municípios. Dos 295 catarinenses, 154 são considerados infestados pelo vetor.
Mortes
Entre 31 de dezembro de 2023 e 29 de janeiro de 2024, foram confirmadas cinco prováveis mortes por dengue em Santa Catarina. Entre elas, uma confirmada em Joinville e quatro que permanecem em investigação em Araquari, Florianópolis, Garopaba e São Francisco do Sul.
O que é dengue?
Segundo o Ministério da Saúde, a dengue é uma doença febril aguda, sistêmica, dinâmica, debilitante e autolimitada. A maioria dos doentes se recupera, porém, parte deles podem progredir para formas graves, inclusive morrerem da doença.
A quase totalidade das mortes por dengue é evitável e depende, na maioria das vezes, da qualidade da assistência prestada e organização da rede de serviços de saúde.
Sinais e sintomas de alerta
Todo indivíduo que apresentar febre (39°C a 40°C) de início repentino e apresentar pelo menos duas das seguintes manifestações – dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos – deve procurar imediatamente um serviço de saúde, a fim de obter tratamento oportuno.
No entanto, após o período febril deve-se ficar atento. Com o declínio da febre (entre 3° e o 7° dia do início da doença), sinais de alarme podem estar presentes e marcar o início da piora no indivíduo. Esses sinais indicam o extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias, sendo assim caracterizados:
- dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;
- vômitos persistentes;
- acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
- hipotensão postural e/ou lipotímia;
- letargia e/ou irritabilidade;
- aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia) maior 2cm;
- sangramento de mucosa; e
- aumento progressivo do hematócrito.
Passada a fase crítica da dengue, o paciente entra na fase de recuperação. No entanto, a doença pode progredir para formas graves que estão associadas ao extravasamento grave de plasma, hemorragias severas ou comprometimento de grave de órgãos, que podem evoluir para o óbito do indivíduo.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém indivíduos com condições preexistentes com as mulheres grávidas, lactentes, crianças (até 2 anos) e pessoas maiores de 65 anos têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença.
Tratamento
De acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento é baseado principalmente na reposição de líquidos adequada. Por isso, conforme orientação médica, em casa deve-se realizar:
- Repouso;
- Ingestão de líquidos;
- Não se automedicar e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme.
- Retorno para reavaliação clínica conforme orientação médica.
No entanto, apesar das medidas, ainda não existe tratamento específico para a doença.
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