Em 2022, 35 mulheres sofreram alguma violência física ou verbal por minuto no Brasil, conforme uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do instituto Datafolha. A mesma pesquisa também aponta que um terço das mulheres já sofreu algum tipo de violência física ou sexual durante a vida.
Muitas vezes, as mulheres sofrem violência e não falam sobre isso por um misto de medo e constrangimento. Os agressores, por sua vez, buscam construir uma autoimagem de parceiros perfeitos, dificultando a revelação pela mulher.
A Lei Maria da Penha foi a primeira lei brasileira voltada ao tema e criou mecanismos para combater a violência doméstica e familiar contra a mulher trazendo importantes avanços, a tipificação dos casos como crimes, incluindo agressão física, psicológica, sexual, moral e patrimonial contra as mulheres.
Assim, foram criados os juizados especializados e as delegacias da mulher, além de medidas protetivas de urgência e ações educativas e preventivas. Para conseguir ajuda, é importante reconhecer o ciclo e encarar esse problema.
Ciclo de violência contra a mulher
A violência contra a mulher, especialmente a doméstica, acontece em um ciclo composto por três fases: o aumento da tensão, a explosão e a lua de mel. Essas fases podem variar de tempo e intensidade, mas acabam sempre voltando a acontecer.
Aumento de tensão
Nessa fase, o agressor começa a ficar irritado e apresenta momentos de agressividade, começa a humilhar a vítima, fazer ameaças e destruir objetos. A vítima, por sua vez, acaba aflita e atenta a qualquer atitude que possa despertar a raiva do parceiro. Os sentimentos são de tristeza, angústia e medo.
Ato de violência
Nessa fase, o agressor efetiva as ameaças que vinha fazendo na fase anterior, seja em dimensão verbal, física, psicológica, moral ou patrimonial.
Nesse momento, a vítima pode se sentir paralisada, com medo e sozinha, mas esse também pode ser um momento de ação.
Para denunciar uma violência contra a mulher ou pedir ajuda, é só ligar no número 180 (Central de Atendimento à Mulher). Em casos de emergência, o número é o 190 (Polícia Militar).
Lua de mel
Após a explosão vem o arrependimento. O agressor pede desculpas e demonstra remorso para restabelecer a relação. Muitas vezes este é um período em que a mulher se sente feliz por constatar os esforços e as mudanças de atitude, lembrando os momentos bons que tiveram juntos.
A mulher pode ficar muito confusa e propensa a manter o relacionamento diante da sociedade. Como há a demonstração de remorso, a vítima se sente responsável pelo agressor, o que estreita a relação de dependência entre as duas partes.
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